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Forte empatia emocional na condição autista

  • Agência Lusa
  • 7 de abr. de 2017
  • 2 min de leitura

Fonte original do artigo: Site Observador (Acesse aqui)

Uma excessiva empatia emocional impede as crianças com autismo de comunicarem com o mundo, segundo um estudo, o que representa uma mudança de paradigma na compreensão deste transtorno.


O Grupo de Investigação de Perinatalogia do Instituto de Investigação Sanitária de La Fe, em Valência, Espanha, avaliou a reação de crianças com e sem perturbação do espetro do Autismo perante expressões faciais de diferentes emoções e concluiu que o autismo não se caracteriza por falta de empatia, mas sim por um excesso de sensibilidade perante as emoções dos outros.


Com os dados e experiencias analisados na investigação, chega-se à conclusão de que o retraimento e o ensimesmamento das crianças com autismo é uma maneira de se protegerem perante um ambiente emocionalmente esmagador.


Segundo explicaram à EFE fontes do hospital, esta descoberta dignifica as perturbações do espetro do autismo — cujo dia mundial se assinala no domingo -, já que se caracterizam por um excesso de sensibilidade face às emoções e não por um defeito.

Os transtornos do espetro do autismo são considerados alterações do neurodesenvolvimento que podem provocar problemas de interação social, comunicacionais e comportamentais significativos.


Até ao momento, sempre se procurou modificar os comportamentos sociais atípicos das crianças com autismo, cuja origem se acreditava ser a falta de empatia.


Contudo, este estudo demonstra o contrário: que as crianças com autismo têm uma excessiva empatia quando atentam às emoções dos outros e é, precisamente, essa experiência avassaladora que os leva a retraírem-se e os impede de comunicar.


O artigo “Communication deficits and avoidance of angry faces in children with autism spectrum disorder” é da autoria da doutorada em psicologia clínica Ana García-Blanco e foi publicado na revista científica “Research in Developmental Disabilities”.


Com uma equipa do Grupo de Investigação de Perinatalogia e do serviço de psiquiatria de La Fe, Ana García-Blando avaliou 30 rapazes e raparigas autistas, com idades entre os seis e os 18 anos, e outros 30 sem a perturbação.


Foram apresentadas a todas estas crianças expressões faciais de tristeza, alegria, zanga e neutras e avaliou-se o modo como reagiam a esses rostos.


Os resultados mostraram que os rostos com carga emocional captavam a atenção de todas as crianças, independentemente de apresentarem ou não perturbação do autismo.


No entanto, quando as crianças autistas se mostraram capazes de exercer controlo sobre a sua atenção, preferiam evitar os rostos irritados, porque lhes causavam grade mal-estar, o que estará relacionado com os problemas de comunicação social que estas crianças apresentam.


As emoções captam a atenção das crianças com perturbação do autismo de maneira semelhante à das crianças sem o transtorno, mas, tão rapidamente como identificam uma emoção stressante, os autistas tendem a evitá-la, para acalmar o mal-estar que sentem.


Estas peculiaridades no processamento das emoções poderão ser um mecanismo subjacente aos problemas de comunicação social que estas crianças apresentam.


Entre outros vários assuntos, esta obra aborda a hipersensibilidade na condição autista do ponto de vista biológico e psicológico.


Para mais informações, clique na figura ao lado ou ACESSE AQUI.


 
 
 

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