ESPECTRO AUTISTA E MEDICINA ORTOMOLECULAR
- Daniel Goulart de Almeida
- 23 de mar. de 2017
- 4 min de leitura

Sobre a prática ortomolecular no tratamento da condição autista? O que posso dizer? Sim, pelo que tenho pesquisado, é uma opção que pode ajudar. Sou asperger, ou seja, estou no chamado espectro autista de alta funcionalidade, e no tratamento com meu terapeuta, Renan Meirelles, houve a conclusão de que os sintomas de progressiva piora em meu bem estar, como, por exemplo, extrema lentidão, cansaço, falhas na memória, tontura, não estão relacionados predominantemente a fatores psicológicos, visto que tenho tido melhor desempenho e progressos importantes na inter-relação social. Em resumo, tudo indica que a causa tem de alguma forma predominância biológica.
Assim, tenho economizado por algum tempo, podendo em breve iniciar tratamento com o psiquiatra Juarez Callegaro, em POA, especializado na prática médica ortomolecular. Mais adiante me será possível falar dos resultados por experiência própria.
Em entrevista, o Dr. Juarez declara que o Conselho Federal de Medicina reconhece a Medicina Ortomolecular como científica a partir de 2010, e que além disso, o Supremo Tribunal Federal também concedeu sua aprovação, após lhe ser apresentado como prova 250.000 trabalhos científicos.
Apenas para dar uma noção básica sobre a medicina ortomolecular, citarei o que está escrito na página online da Associação Brasileira de Medicina Ortomolecular (ABMO). A Medicina Ortomolecular, primeiramente, atua com bases que são igualmente de outras áreas médicas, estudando:
as substâncias presentes no organismo e as reações químicas entre elas;
o funcionamento dos órgãos/sistemas humanos e a relação entre eles;
como se desenvolvem as doenças;
a nutrição de substâncias necessárias para o funcionamento do corpo humano.
Se os estudos acima já são abordados por outras áreas médicas, qual seria afinal o diferencial da Medicina Ortomolecular? Conforme o site da ABMO, este diferencial está “na avaliação dos sintomas clínicos e subclínicos apresentados pelo paciente, com suas peculiaridades individuais, somada às condições ambientais (laborativas, emocionais, hábitos de vida, alimentares, exposição a xenobióticos) e acrescentar aos tratamentos específicos a cada doença os 45 nutrientes básicos ao metabolismo, caso sejam necessários”.
Ora, pelas referências que já pesquisei, e que inclusive constam na minha obra Espectro Autista, Das Trevas para o Entendimento, tanto a nutrição adequada, como as condições ambientais e as peculiaridades individuais da pessoa no espectro autista tem se mostrado um fator essencial para o tratamento, fato já confirmado por várias pesquisas. Inclusive, por termos uma sensibilidade maior ao estresse, e um cérebro mais propenso a se sobrecarregar, percebo pessoalmente que a falta de um ou mais nutrientes pode, ao afetar nossa disposição, intensificar a nossa vulnerabilidade e acarretar efeitos nocivos além do habitual em nosso organismo, aprofundando assim os sintomas da própria condição autista.
Como um exemplo de melhoras que poderão, conforme cada caso, ocorrer com apenas uma mudança na alimentação, apresento a seguir, já com a devida autorização, um trecho muito interessante do email da minha amiga Fabiane, também no espectro autista.
Sobre a alimentação, eu já notei, que tem alimentos que me deixam muito mais parada...., mas acredito que cada caso é um caso...... No meu caso, faço limonada, para repor vitamina C, com limão galego, e tomar um copo, me dá uma calma, uma letargia, e sono.... É dificil preciso de vitamina c, mas fico lenta... A estratégia que usei foi beber a limonada a noite que dai produz um sono melhor e acordo mais disposta.
Ah, mudei a alimentação, tb, tenho ingerido frutas, verduras, e tirado as massas, e farinha de milho (polenta) que é outro alimento que amo, mas me deixa muito lenta.....
Assim, com um prato, com arroz, feijão, couve, ovo cozido e sacia e me deixa mais disposta....
O problema é que tenho emagrecido, mas pior é ficar dia sim, dia não na lentidão... No meu caso, o feijão ajuda e é opção na troca pelas massas e polenta.
Mas, isso foi só para te dizer, que com os teus emails e videos daquele médico da terapia ortomolecular, que me enviaste há algum tempo, foi que mudei minha alimentação...
Se serve de estímulo tu tens me ajudado muito e teu trabalho não é em vão, e com o tempo a gente vai ajudar mais pessoas a conseguirem ficar mais ativas em maior tempo, e seremos mais felizes...
Obrigada. Abração. Fabiane
Para finalizar este post, segue abaixo vídeo com trechos de entrevista do próprio Dr. Callegaro, psiquiatra nutricional, e logo após, acrescento também referências de algumas pesquisas científicas que apontam a importância da medicina ortomolecular não apenas na condição do espectro autista, mas também em outras alterações comportamentais e do neurodesenvolvimento
ALGUNS TRABALHOS CIENTÍFICOS
Abordagem Ortomolecular para o Tratatamento da Esquizofrenia (...), Hiperatividade, Autismo (...) e Pellagra Subclínica.
É apresentada uma pesquisa para apoiar a abordagem ortomolecular (...) no tratamento da esquizofrenia, psicoses e distúrbios aliados (...). A abordagem ortomolecular, também conhecida como psiquiatria ortomolecular (...) As vantagens da abordagem ortomolecular são notadas para incluir melhores resultados de tratamento (...).
Original disponível em http://bit.ly/ortoaut01
Distúrbios Peroxissômicos no Transtorno do Espectro Autista
Publicação – Jornal de Medicina Ortomolecular
Original disponível em http://bit.ly/peroaut
A neurobiologia dos lipídios no Transtorno do Espectro Autista
Publicação – Jornal de Medicina Ortomolecular
Original disponível em http://bit.ly/lipiaut
Tratamento ortomolecular para deficiências de aprendizagem
As drogas têm sido amplamente utilizadas no tratamento deste grupo de crianças e têm sido de algum benefício no controle da hiperatividade. No entanto, a sua utilização não constitui um tratamento definitivo uma vez que alteram a doença apenas por sedação ou tranquilização do paciente. Eles não fazem nada para atacar a causa básica ou causas da doença. Entre 1966 e o presente, tratei 500 pacientes com abordagem ortomolecular e relatei que esse regime de tratamento é mais promissor do que qualquer outro que tenha sido experimentado.
Disponível em http://bit.ly/aprenautism
Um estudo preliminar do ácido ascórbico (Vitamina C) como terapia complementar para o autismo.
Foram encontradas interações significativas (...), indicando uma redução na gravidade dos sintomas associados ao tratamento com ascórbico (vitamina C)
Original disponível em http://bit.ly/ascoraut
Tratamento ortomolecular para esquizofrenia
Original disponível em http://bit.ly/esquiaut
Porque conhecer o espectro autista pode ser essencial para a humanidade?
Saiba mais, clicando aqui, ou na imagem ao lado!
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